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O mundo está exigindo muito dos pobres mortais, em especial na performance e no desempenho sexual. Tudo pelo prazer, diz a regra. E mais - tem que começar muito cedo e terminar aos 70 ou 80 anos. Os remédios estimulantes, do tipo do Viagra, vendem aos borbotões, apesar de terem preços elevados.
Assim como outros gostos e preferências, o sexo não pode ser padronizado, uma vez que na relação existem duas pessoas com histórias diferentes, temperamentos mais brandos ou mais acelerados. Desejos que não são iguais. E aí começam a cair por terra os ditames totalitários e determinantes.
Gostoso mesmo é satisfazer os desejos, essa sim é a palavra-chave para se fazer sexo. E o encontro do parceiro que goste de dançar a mesma música, no mesmo ritmo, seria a combinação ideal. Nem sempre fácil essa alquimia.
Fico pensando naquelas pessoas, homens principalmente, que consideram que quantidade é qualidade e que precisam ter relações sexuais em tantos dias da semana, sob pena de se sentirem frustrados. Outros que ficam preocupados com o tamanho do seu pênis para chamar mais a atenção da mulher.
Em ambos os casos há uma triste constatação: homens e mulheres não são máquinas que funcionam pela pressão de um simples botão. A formalidade atrapalha, a timidez idem, mas o desinteresse é pior e, às vezes, esse fator está ligado à falta de habilidade de descobrirem em conjunto momentos íntimos agradáveis, sem dia e hora marcados. Sem posições estabelecidas, sem número de clímax. O bom é atingir o prazer e a satisfação.
Quantas mulheres, ainda neste século, não sabem o que é ter um prazer total? Isso é mais comum entre as casadas, que se acostumaram apenas a proporcionar ao marido o bem-estar do gozo. E os maridos, por que não tentam descobrir onde está a dificuldade? Naturalmente, se fossem com suas amantes, tratariam de imediato de resolver essa falha, correndo risco de serem até descartados por insatisfação.
Nesse tema da relação sexual, há um excesso de preocupação em mostrar desempenho, mas nem por isso se busca o encontro afetuoso e de excitação, que faz a grande diferença. Melhor que fazer sempre, é fazer bem. Acredito até que o homossexualismo vem ganhando terreno pelo desencontro das pessoas dos sexos diferentes.
Sem falsa moral e sem levantar essa bandeira, os que tem orientação sexual pelos do mesmo sexo, talvez estejam buscando um entendimento maior de seus problemas e aceitação das suas dificuldades. Buscam, talvez, o grande encontro entre dois seres. Nem tudo haverá de ser promíscuo nesse padrão de relação, pois o que pesa é a busca pela satisfação.
Problemas dessa ordem sempre existiram, desde os tempos mais remotos da humanidade. Hoje há uma liberalidade no falar, no fazer, mas apesar de tantos avanços, as relações pessoais homem/mulher ainda patinam e não saem do lugar. Esqueceram de que essa matéria é básica na composição do ser humano, mas sem egoísmo. O sexo é para ser compartilhado, feito a dois e com prazer de ambos os lados.
Tenham que idade tiverem, ainda há tempo de conseguirem essa plenitude que nos foi dada pela natureza. Achem a melhor forma, soltem a imaginação, encontrem os caminhos e sejam felizes!
Colaboração: Eunice Tomé
Jornalista, Mestre em Comunicação e Escritora
autora do livro "Pequenos Contos de Viagem"
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