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Fantasias e Máscaras

 

Ricardo era daqueles rapazes, passados dos 30 anos, que não acreditava no amor, devido aos vários descaminhos de sua vida com as mulheres. Eros não tinha ainda conseguido atirar a sua flecha e ele continuava a viver normalmente, mas sempre em busca de algum complemento, como seria normal acontecer entre os mortais.

 

Quando estava próximo mais um Dia dos Namorados, ele recebeu um comunicado, via internet, avisando que uma festa a fantasia aconteceria, endereçada aos sozinhos. O objetivo do evento era unir os singles e fazê-los sair do local numa situação nova. De imediato, ele não deu importância, mas um outro e.mail, vindo de um amigo, deixou-o entusiasmado.

 

Ricardo e o amigo João se informaram melhor dos detalhes da festa e resolveram enfrentar. Alugaram fantasias com máscaras, que eram itens obrigatórios. Ele foi de Zorro e João, de Homem Aranha. Irreconhecíveis. A decoração da casa estava perfeita e lembrava um baile das Mil e uma Noites.

 

O movimento era intenso e todos estavam descontraídos, prontos para um novo romance. Brincadeiras, conversa, dança, mas nada que fosse especial. Isso para Ricardo, pois João já tinha desaparecido da vista do amigo e se enroscado com alguém.

 

Lá pelas duas da madrugada, resolve ir embora e, como estava de carona com o amigo, deveria pegar um táxi. Fez sinal para um veículo que vinha parando e, quando pensava em entrar no carro, percebe que uma bailarina também esperava e já pronta para embarcar. Trocam olhares e ele, gentilmente, faz menção de declinar de sua intenção. Ela, por sua vez, diz que ficaria para ir em outro carro, quando decidem saber quais os seus destinos e descobrem que moravam na mesma rua.

 

O motorista dá uma risadinha e obedece ao comando de Ricardo. No trajeto, ambos revelam que estavam decepcionados com a festa. A simplicidade no falar da moça e seu encantamento pegaram Ricardo de surpresa. Ao chegar à porta da casa dela, Ricardo paga o táxi e desce junto, não sabendo bem por quê.

 

A noite clara e enluarada engole os dois para dentro da casa dela. Na retirada das máscaras, os olhares e as expressões ficam mais nítidos e a certeza de que a noite dos namorados seria comemorada por completo. As fantasias são abandonadas e a bailarina é marcada pela lança do Zorro.


Colaboração: Eunice Tomé
Jornalista, Mestre em Comunicação e Escritora
autora do livro "Pequenos Contos de Viagem"

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