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O verão traz consigo uma força que não existe nas demais estações. A temperatura é o pêndulo do símbolo e da energia que transitam entre os seres vivos nesse período. O calor abrasador instala-se no corpo, na alma, no espírito e vivemos para fora de nós, para o outro, para o mundo.
Exteriorização é a palavra, diferente das estações frias em que nos reservamos para dentro de nós mesmos, para os lares, para o interior e reflexão.
Verão também combina com alegria, sol, mar, água e muita vontade de amar. Um amor quase visceral, carnal, onde os corpos desnudos e à mostra tendem a se encontrar.
Com esse espírito de verão, uma senhora já passando dos cinquenta, viaja em excursão para as praias do Nordeste do Brasil. Mesmo sem companhia, Clara queria aproveitar a temporada e se banhar nos verdes mares da Bahia. O grupo era bom e ela resolve fazer tudo que estivesse ao seu alcance.
Entre as programações da viagem, um luau veio como uma nova experiência para ela. Nunca tinha participado de um antes. Roupas especiais faziam parte da festa e os sarongues brancos e transparentes caíam como uma luva em noite de luar, cujo clarão disputava com as velas os espaços dos convivas.
Clara estava no auge do clima e feliz por poder viver aqueles momentos inusitados. Sua vida, de há muito, vinha sem nada de novo e seu regozijo por essa oportunidade era grande. Afastou-se um pouco do grupo e entrou no mar. A água fria despertou sua sexualidade e ela viu-se fazendo amor com as ondas, as estrelas, a lua, o vento. Esse prazer apaixonado foi inesquecível.
Colaboração: Eunice Tomé
Jornalista, Mestre em Comunicação e Escritora
autora do livro "Pequenos Contos de Viagem"
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