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Os românticos que me perdoem, mas os hormônios são fundamentais para nossa sexualidade.
Embora esta paráfrase pareça um tanto radical, sabemos o quanto os hormônios são importantes em nossas vidas. Os ovários produzem preponderantemente os estrógenos. Estes hormônios esculpem todo o corpo feminino, criando características de atração e sedução capazes de despertar o desejo masculino. A adolescente, com seu corpo em desenvolvimento e pouco atraente, lentamente por ação dos estrógenos, vai adquirindo um formato gracioso, com os quadris arredondados, a cintura bem definida, os seios bem delineados e as pernas roliças. Torna-se mulher. Esse mesmo hormônio lhe dá o tom de voz melodioso e agradável e determina a capacidade de manifestar os trejeitos femininos capazes de seduzir e atrair o homem. Atuando sobre o cérebro, vai determinar os padrões comportamentais femininos: menos agressividade e maior instinto maternal. Sob a ação dos estrógenos, a pele feminina torna-se aveludada e agradável ao tato; os cabelos adquirem a textura e o brilho capazes de despertar a vontade masculina de acariciar. É o desencadear de um ciclo quase infinito de acariciar e de se excitar, de se excitar e acariciar. Atuando sobre os genitais, vão determinar sua preparação para responder adequadamente a um estímulo erógeno, permitindo a produção dos líquidos lubrificantes da fase da excitação. Mais do que isso, hoje se admite que os estrógenos sejam os responsáveis pela modificação do próprio odor da pele e genital femininos, exalando o cheiro subliminar do que é chamado "perfume de mulher" e que a Ciência denominou de feromônios.
A testosterona, hormônio do desejo está presente tanto nos homens quanto nas mulheres, embora em quantidades diferentes. Em menor quantidade nas mulheres, é um elemento importante na receptividade ao assédio do homem e no desencadear do desejo feminino. No homem, em maior quantidade, irá determinar o desejo sexual, além do aparecimento dos caracteres sexuais secundários, como a musculatura mais desenvolvida, a maior estatura, o aparecimento de maior quantidade de pelos pelo corpo; é responsável também, pelas características comportamentais masculinas: agressividade, instinto de proteção, delimitação territorial, competitividade, etc.
Ultimamente, dois hormônios hipofisários, nunca antes relacionados com o comportamento sexual de nossa espécie, vêm causando verdadeira surpresa aos estudiosos do assunto: a ocitocina e vasopressina.
A ocitocina, conhecida há anos pela sua ação determinante da contração uterina, principalmente após o parto, e pelo favorecimento da liberação do leite produzido, vem ocupando um papel importante no comportamento reprodutivo por favorecer a formação de pares, facilitar o comportamento associativo e o rebaixamento da agressividade. O interessante é que este hormônio, que está aumentado durante as relações sexuais, em ambos os parceiros é também produzido tanto na mãe quanto no bebê durante a amamentação, fazendo a "cola" mãe/bebê bem como a "liga" entre os amantes. A sensação de paz e flutuação, a expressão facial e corporal dos amantes saciados refletem o estado de relaxamento e plenitude pós coito, em tudo semelhante à expressão de tranquilidade e felicidade dos bebês após a amamentação. Isso sugere a existência de um elemento biológico comum entre o amor maternal e o romântico.
Outro hormônio relacionado com o comportamento sexual e que também vem causando surpresa é a vasopressina. Esta molécula, também liberada pela hipófise, parece determinar um papel monogâmico em algumas espécies animais. Parece também determinar um comportamento paterno mais carinhoso e menos agressivo em relação aos filhos. Podemos dizer que estes dois hormônios, a ocitocina e a vasopressina, poderiam ser chamados de "hormônios do amor e da monogamia".
Acalmem-se os românticos.
O amor e o relacionamento homem e mulher não são só uma questão de reação química, de ação hormonal sobre os órgãos e os sentidos. É muito mais do que isso. Os hormônios em quantidade adequada permitem que o amor se manifeste em toda a plenitude. São um pré-requisito fornecendo a base fisiológica para que uma rede de fatores psicológicos, extremamente importantes para o desenvolvimento afetivo sexual, venha a se manifestar.
Todo esse conjunto de fatores físicos e psicológicos é que tece o emaranhado de sentimentos e desejos, que convencionou-se chamar Amor.
Gesto Sensual
Eternizando Sensações
Sentir prazer no sabor do beijo, na textura e no cheiro da pele da pessoa amada faz nascer, manter e eternizar o Amor.
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