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E a grande Deusa, símbolo da fertilidade e da criação de todas as coisas, começou a perder seu poder...
Os homens perceberam que a magia da criação estava na dependência direta de sua semente. O grande arado, que abria o ventre da terra e semeava, era o pênis. Surgiu, então, o Grande Deus Phallos, símbolo máximo do poder, da potência.
Esse sentimento de poder foi incorporado pelos homens. Não era só sentimento, era poder na plena expressão da palavra. Para esse exercício havia a necessidade do homem se apossar de algumas características que o identificassem incontestavelmente como possuidor do poder: ser forte, corajoso, infalível, provedor universal de todas as necessidades, como o Grande Deus Phallos. Para que essas qualidades fossem incontestes, foi impingido às mulheres um contraponto feminino: ser frágil, insegura, dependente, dócil, sensível e meiga.
O domínio masculino, então, alcançou todas as esferas da vida pública. O homem tornou-se o guerreiro, o conquistador, o legislador, o juiz, o TODO PODEROSO. Seu símbolo era o pênis ereto. Nesse pênis colocou toda sua força e potência. Sua auto-estima estava e está estribada em um pênis grande e rígido - eternamente rígido. Mas ninguém é infalível e, quando o homem tem um episódio de perda de ereção, sente-se o mais inferior e infeliz dos homens. Sua auto-estima é totalmente abalada e esse abalo se reflete em todos os aspectos de sua vida. A iniciativa, a segurança, a energia, a força e todas as características que ele atribui ao homem masculino macho vão por água abaixo.
A cultura aprisionou a essência do "ser homem" na sua genitália. Não é de se estranhar o impacto que ele sofre quando seu pênis não corresponde ao padrão de desempenho determinado pela ditadura do machismo. Não tem como esconder. Essa fraqueza é evidente. Enquanto a mulher tem como simular e disfarçar o desejo e até o orgasmo, isso é vetado ao homem. Sua simbologia de força perde todo o poder, tornando-se impotente. O sofrimento ainda é maior quando a falha ocorre numa relação com a pessoa amada. O desejo de dar o melhor de si, seu pênis, e manter a imagem criada, se esvai juntamente com o sangue que sai do corpo cavernoso.
A mulher imatura, acostumada a acreditar que todo o homem entra em ereção com a visão de um corpo feminino nu, se frustra e se sente inferiorizada por achar que é incapaz de despertar-lhe o desejo. A mais madura, ciente de que essa possibilidade é algo normal, reage com naturalidade. Sendo muito hábil, não procura despertar nesse homem nova ereção; deixa que as coisas fluam naturalmente. Compreende que esse homem é um ser humano normal, falível, sensível, fraco às vezes, mas, principalmente por essa pseudo-fraqueza, capaz de deixar aflorar a emoção. Essa mulher descobre que dentro desse macho existe um homem humanizado, capaz de amá-la em nível de igualdade, num compartilhar de emoções e de afeto, como deve ser o AMOR.
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