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Foram tantos anos de repressão!
Tantas leis e proibições!
Tantos mitos e tabus!
Tantas sanções à sexualidade feminina foram impregnando o psiquismo da mulher que, aos poucos, o controle, antes interno, se transformou em auto censura.
Gerações e gerações de mulheres foram obrigadas e se obrigaram a reprimir as manifestações da sua sexualidade.
O ranço daquela época ainda se faz muito presente nos dias de hoje, causando sofrimento pessoal e desencontros no relacionamento afetivo sexual entre homens e mulheres.
A sexualidade é algo natural, e como tal, precisa ser vivida com espontaneidade. Aquela espontaneidade presente nas atitudes da criança totalmente despida de qualquer preconceito e repressão.
É assim que devemos viver nossa sexualidade: com afetividade, transparência, responsabilidade, leveza, afetividade e liberdade.
Sabemos que não é fácil destruir tabus e vencer as barreiras da "consciência"; sabemos, também, que apenas a leitura do que vamos escrever não vai mudar o pensamento de muitas pessoas e nem temos essa pretensão. No entanto, esperamos e até gostaríamos que as afirmações aqui expostas pudessem se constituir em possibilidade de reflexão, de análise e até de reavaliação da vivência da sua própria sexualidade.
Algumas informações que ajudam o relacionamento afetivo sexual:
As fantasias são um importante aliado do relacionamento sexual. Usá-las como forma de obter a excitação não é errado. Fantasiar não é concretizar, portanto não deveria gerar culpas, mas gera. Nada existe de errado se a mulher falar de seus desejos e fantasias.
Compartilhar fantasias estimula a criatividade e a cumplicidade, favorecendo o bom relacionamento entre o casal.
A autopesquisa sensorial é algo fundamental para o conhecimento da própria sensibilidade corporal. É conhecimento que se adquire e pode ser compartilhado com o parceiro.
Manifestar desejo é direito tanto do homem quanto da mulher. Foi-se o tempo em que tomar iniciativa era privilégio apenas do homem. A mulher pode e deve tomar a iniciativa, pois essa atitude é muito agradável para o homem. Ele também gosta de se sentir desejado assim como as mulheres.
O ato sexual deve ser um eterno criar e renovar - nada de errado se isso partir da mulher.
A falta de desejo pode ser revelada. Não é inadequado informá-la ao parceiro. Negar ter relação sexual sem desejo é mais do que um direito; é uma forma de se respeitar. A arte está em saber transmitir o fato.
Métodos audiovisuais, artísticos e literários para despertar ou aumentar o desejo são usados por muitos casais.
Não há obrigatoriedade de a mulher ter orgasmo em todas as relações.
Orgasmo é o prazer máximo num envolvimento sexual; qualquer forma de obtê-lo é normal.
Os limites da intimidade sexual devem ser estabelecidos pelo próprio par.
A auto, a hétero e a masturbação mútua são modos agradáveis usados por muitos casais na obtenção da satisfação sexual.
O sexo oral e o anal são práticas sexuais que só devem ser realizadas com desejo, sem coação e, portanto, com concordância de ambos os elementos do par.
Relações sexuais durante a menstruação são prazerosas para muitas mulheres.
Cada pessoa tem o ritmo próprio para alcançar o orgasmo, por isso o orgasmo simultâneo não é obrigatório. A transição de uma fase da resposta sexual para outra é mais lenta na mulher. Ela caminha mais lentamente da fase de desejo para a da excitação e desta para a do orgasmo. Esta é uma verdade que deveria ser do conhecimento de todos os homens.
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