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Vai louca, tarada,
deixa-me tonto e de quatro.
Na sina desse meu ato,
quase fico em desacato.
Fala e grita, amaldiçoa,
xinga todos à frente,
revira os olhos. Demente,
segue contra a corrente.
Os cabelos desgrenhados,
seios a descoberto.
Meus olhos fitam de perto
e, de repente, desperto.
Toda a forma é puro caos
a pedir providência.
Não posso mais viver isso.
O que me falta é decência.
Sei que o caso é perdido.
Esse amor arrebatado.
Somente um tresloucado,
estaria enamorado.
Quero sair de mim,
viver em outro planeta.
Estou na fase poente
e assumo que sou doente.
Doente por não ter forças
de fugir dessa bandida,
que me ganhou a partida
abrindo a minha ferida.
Sem cura, desnorteado,
bebo desse veneno
que do teu ventre de prazer
escorre para eu morrer.
Colaboração: Eunice Tomé
Jornalista, Mestre em Comunicação e Escritora
autora do livro "Pequenos Contos de Viagem"
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