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Leituras > Contos, Poesias e Pensamentos > Poesias

 

Paixão no Segundo Tempo

 

Paixão é coisa que mata,
devora pela entranha.
deixa o sujeito babaca,
e cheio de artimanha.

 

Sabemos disso de cor,
Mas a lição nunca rima.
Caímos na mesma malha,
muitas vezes neste clima.

 

Agora estou doente,
desse mal que me entontece,
que me deixa sem pensar,
E meu ânimo falece.

 

Quero só o seu corpo,
correr atrás do diabo.
Meu desejo arde em fogo,
e meu órgão é um quiabo.

 

Sossego quando a tenho.
Isso é muito passageiro.
Logo depois quero mais,
e recomeço ligeiro.

 

Não sei até quando vai,
nem quero raciocinar.
O que está em questão,
até quando aguentar.

 

Não pensem que sou fracote,
porque dos sessenta passei.
Não sou mais um garanhão,
mas ser macho ainda sei.


Colaboração: Eunice Tomé
Jornalista, Mestre em Comunicação e Escritora
autora do livro "Pequenos Contos de Viagem"

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