Orientação > Sexualidade na > Terceira Idade
Um dia a menina toma consciência de que algo está mudando em seu corpo. O peito já não está tão achatado como sempre foi. Por mais que tente escondê-lo com roupas apertadas, ele teima em fazer saliências sob os vestuários. Aquele corpo ágil e as pernas finas começam a adquirir um revestimento de gordura de que ela não gosta. Os quadris tomam formas arredondadas. Os pensamentos andam confusos. às vezes, chora sem querer; outras vezes, tem uma vontade inexplicável de se isolar. Acha-se horrorosa... Puberdade.
Sob muitos aspectos, o climatério é muito semelhante à puberdade. Em ambos, estão ocorrendo alterações hormonais que determinam modificações corporais e psíquicas e que interferem no bem estar da mulher. Apesar de serem fases absolutamente normais do ponto de vista biológico, nem por isso deixam de ocasionar transtornos. Enquanto que na puberdade nada deve ser feito, para o climatério, felizmente, existe todo um arsenal terapêutico capaz de melhorar a qualidade de vida da mulher.
A puberdade se inicia com alterações corporais onde eclodirá a primeira menstruação, a menarca. No climatério, também observam-se alterações hormonais, com todo seu séquito de modificações corporais, onde ocorrerá a última menstruação, a menopausa. Portanto, menarca é a primeira menstruação num turbilhão hormonal, e menopausa é a última menstruação em outra grande revolução hormonal, o climatério.
à semelhança das adolescentes, muitas mulheres aceitam bem as alterações corporais que vão acontecendo; porém, outras sofrem física e emocionalmente de modo muito intenso com esse evento fisiológico. é aí que entra o ginecologista, com todo o conhecimento de terapia hormonal, procurando retardar e, até mesmo evitar, muitas das alterações que podem interferir com a saúde da mulher. Os hormônios administrados atuam praticamente em todo o organismo feminino impedindo ou dificultando a perda de elasticidade da pele, a perda do brilho dos cabelos, a falta de lubrificação vaginal, a perda exagerada de cálcio dos ossos, as alterações das artérias, enfim, evitam ou dificultam a ocorrência dos sintomas de um envelhecimento turbulento. Até mesmo no aspecto psíquico, os hormônios atuam beneficamente melhorando o sono, a disposição, o equilíbrio emocional e a auto-estima da mulher. Parece, inclusive, que exercem uma certa proteção contra o aparecimento da Doença de Alzheimer. Entretanto, essa quase droga miraculosa não é isenta de riscos. A circulação venosa pode sofrer com ela, assim como podem ocorrer aumento de peso corporal, sangramentos indesejáveis ou aumento de miomas pré-existentes. O aumento da incidência de câncer das mamas ou da camada interna do útero é outra preocupação da usuária dos hormônios. Felizmente, descobriu-se que a utilização simultânea de outro hormônio determina, ao contrário, a diminuição desse risco. Os outros possíveis efeitos colaterais podem ser evitados ou controlados. Claro que a mulher não deve utilizar hormônios sem uma atenção periódica de seu ginecologista. Este irá determinar qual o melhor tipo de hormônio para ela, quais os exames a serem solicitados e qual a periodicidade das consultas de controle. Desse modo, a mulher atravessará tranquilamente essa tempestade de alterações hormonais, corporais, psíquicas e sexuais, entrando no período da pós-menopausa com toda sua individualidade íntegra, com toda sua maravilhosa feminilidade conservada e, muitas vezes melhorada pela somatória dos conhecimentos e experiências adquiridos durante toda a vida.
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